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AVC e Forame Oval Patente

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** Autora: Dra. Letícia Rebello, neurologista vascular, especialista em AVC, é médica assistente da Neurovascular do Hospital de Base do Distrito Federal, e também atua nos Hospitais Brasilia e Sírio Libanês, em Brasília-DF.

Tags: AVC, isquemia cerebral, acidente vascular cerebral, avc isquêmico, AVCI, AVC em jovem, forame oval patente, FOP, tratamento de forame oval patente.


O QUE É O FORAME OVAL PATENTE?

Um coração normal é formado por 4 cavidades, sendo duas na parte superior, chamadas átrios (direito e esquerdo) e duas na parte inferior, chamadas ventrículos (direito e esquerdo). Normalmente, o sangue pobre em oxigênio, também chamado de sangue venoso, circula nas câmaras direitas e o sangue rico em oxigênio, chamado de sangue arterial, circula nas câmaras esquerdas.

O chamado Forame Oval, que comunica o lado direito com o lado esquerdo do coração é uma espécie de “buraquinho”, uma comunicação perfeitamente normal na vida intra-uterina, sendo um dos responsáveis por manter o feto recebendo aporte adequado de oxigênio proveniente da sua mãe, quando seus pulmões ainda não respiram.

Na maioria das pessoas, após o nascimento, ocorre o fechamento natural desse orifício. Porém, existe uma parcela considerável da população (em torno de 25%) que persiste com o forame oval aberto ao longo da vida. A persistência deste orifício é o que chamamos de Forame Oval Patente – ou pela sigla FOP.


EXISTE RELAÇÃO ENTRE FORAME OVAL PATENTE E AVC?

É importante que se saiba que na maioria das pessoas com diagnóstico de FOP, não há quaisquer sintomas ou limitações relacionados a essa alteração. No entanto, em uma parcela de pacientes que já sofreram um Acidente Vascular Cerebral isquêmico, pode haver uma correlação do FOP com o AVC.

Essa correlação existe principalmente na população jovem com história de AVC, sem outros fatores de risco identificáveis, quando se investigou várias possíveis causas do AVC, e a depender do tipo do FOP identificado (tamanho, características no exame de ecocardiograma, etc).

Nesse contexto, uma avaliação detalhada, abrangente, de preferência sendo conduzida por um neurologista especialista em AVC, pode eventualmente indicar a correção, ou o tratamento desse FOP.

Entre os exames importantes que são pedidos pelo médico neurologista, para uma boa avaliação destes casos, destacamos a confirmação do AVC ou do ataque isquêmico transitório (por tomografia ou ressonância magnética do crânio), os exame cardiológicos (ecocardiograma) e o exame de Doppler transcraniano. Este último é importante para graduar, ou seja, determinar o tamanho da passagem do sangue dentro da cavidade do coração.


TRATAMENTO DO AVC ISQUÊMICO RELACIONADO AO FOP

Inicialmente, o paciente com AVC isquêmico e essa suspeita deve receber o medicamento antitrombótico, aquele que vai “afinar” o sangue, como tratamento preventivo inicial, até que seja feita a investigação clínica completa.

É importante esclarecer aos familiares e pacientes vítimas de AVC que não deve haver pressa ou urgência em tratar, fechar o FOP logo após o AVC, mas ter calma nessa fase da investigação, para uma definição exata da correlação entre o evento e o FOP, e descartar, excluir outras possibilidades.

Uma vez o neurologista clínico ou neurovascular tendo definido e explicado ao paciente e familiares que é preciso fechar, tratar o FOP, o procedimento que faz a correção do FOP é minimamente invasivo. Realizado por profissional cardiologista com especialização em Hemodinâmica, consiste em um tipo de cateterismo cardíaco, que identifica a comunicação entre as duas cavidades cardíacas e, através de uma pequena prótese, faz a oclusão dessa passagem de sangue entre o lado direito e o lado esquerdo do coração.


PARA COMBATER E PREVENIR O AVC, A SBDCV RECOMENDA E ESTIMULA AS PESSOAS:

  1. Que conheçam seus fatores de risco: hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto ou fibrilação atrial
  2. Que sejam fisicamente ativas e exercitem-se regularmente.
  3. Que se evite o ganho de peso e a obesidade, mantendo uma dieta saudável.
  4. Que se limite o consumo de álcool.
  5. Que evitem o uso do cigarro.
  6. Que todos aprendam a reconhecer os sinais de alerta de um AVC.


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