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AVC e Trombose Venosa Cerebral

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** Autores: Dra. Ana Luiza Araújo, neurologista no Hospital Israelita Albert Einstein, Complementação Especializada em Doenças Cerebrovasculares pela USP. Doutora em Ciências pela USP. Dra. Maramélia Miranda, neurologista vascular na UNIFESP/EPM, Rede Dor S. Luiz Morumbi e Hosp. Israelita Albert Einstein, em São Paulo, SP.

Tags: AVC, isquemia cerebral, acidente vascular cerebral, AVC isquêmico, AVCI, AVC em jovem, hematoma intracerebral, AVC hemorrágico, trombose venosa cerebral, trombose cerebral.


O QUE É TROMBOSE VENOSA CEREBRAL?

A trombose venosa cerebral é um tipo de AVC menos comum, que ocorre quando um coágulo sanguíneo entope uma ou várias veias dentro da caixa craniana, chamadas de seios venosos, estruturas responsáveis pela drenagem de sangue do cérebro.

Esse entupimento pode ter como consequência um infarto venoso (quando parte do tecido cerebral morre), uma hemorragia (extravazamento de sangue), ou pode também causar edema (inchaço) cerebral com aumento da pressão intracraniana.

O entupimento da circulação venosa pelos trombos formados aumenta a pressão dentro dos capilares (as veias mais finas da nossa circulação) e, com isso, há uma redução do fluxo de sangue para determinada área do cérebro, levando a um sofrimento daquela região, por falta de oxigenação, até a morte celular (infarto venoso); estes eventos todos juntos podem ainda levar ao rompimento destes capilares ou das veias mais finas dilatadas, com alta pressão, pela falta da drenagem venosa, causando uma hemorragia dentro do cérebro.


QUEM PODE TER TROMBOSE VENOSA CEREBRAL (TVC)?

É mais comum em mulheres jovens, mas pode atingir qualquer pessoa, a depender dos fatores que aumentem o risco de TVC, tais como: doenças genéticas ou adquiridas que favorecem formação de coágulos (trombofilias), uso de anticoncepcionais orais, mulheres na época de uma gravidez ou no puerpério, algumas infecções de vias aéreas superiores, de ouvido ou mastóides; traumas graves; situações médicas como desidratação grave, câncer ou anemias.


QUAIS SÃO OS SINTOMAS E SINAIS DE TROMBOSE VENOSA CEREBRAL?

Os sintomas variam muito, de caso a caso e conforme a gravidade da trombose:

  1. Dor de cabeça: pode ser progressiva ou súbita, mas o tipo de dor da trombose cerebral chama a atenção por ser nova, ou seja, aquela dor que a pessoa nunca teve o hábito de ter, ou uma dor persistente, que não melhora com medicações habituais, ou se melhora, tende a voltar quando passa o efeito dos analgésicos;
  2. Sintomas novos de visão, como embaçamento visual, usualmente nos dois olhos, dificuldade de enxergar ou visão dupla;
  3. Sintomas de fraqueza, num braço, numa perna, dificuldade na fala, no equilíbrio: por exemplo, perda de força de um lado do corpo, dificuldade de falar, formigamentos, dentre outros.
  4. Convulsões: em vários casos, a TVC pode ter como primeiro sintoma uma convulsão, com desmaio, abalos musculares nos braços e pernas, e perda da consciência.
  5. Rebaixamento da consciência e coma: outras vezes, a pessoa com trombose venosa cerebral pode começar a ficar sonolenta, e lentamente vai ficando confusa, desorientada, podendo chegar até o coma, se não for tratada.

Se você tiver qualquer destes sintomas e, principalmente, se tiver algum fator de risco associado, deve procurar um serviço médico de emergência, para que seja feito um diagnóstico e tratamento corretos.

COMO DESCOBRIR E TRATAR A TROMBOSE VENOSA CEREBRAL?

O diagnóstico é realizado por meio de exames de imagem do cérebro: tomografia computadorizada ou ressonância magnética, com a injeção de contraste para ver os seios venosos e as veias do cérebro, analisar se há trombos, obstruções das veias ou coágulos em seu interior.

Se há a menor suspeita deste diagnóstico, o indivíduo/paciente deve permanecer internado no hospital para confirmar e, posteriormente, receber o tratamento com medicamentos anticoagulantes.

O anticoagulante é capaz, na grande maioria dos casos, de dissolver o coágulo, conseguindo reestabelecer o fluxo de sangue normal pelas veias com os trombos. O tratamento pode durar meses, mas não menos que 6 meses, pelo menos. Pode ser, ainda, para o resto vida, dependendo da causa e se há outras doenças associadas à trombose.

Em raras situações, pode ser preciso fazer um cateterismo para retirar, sugar os coágulos de dentro das veias trombosadas, ou fazer cirurgias para reduzir a pressão do cérebro. Estes tratamentos de maior risco sempre devem ser explicados e discutidos com os familiares.

O atraso no diagnóstico e tratamento da Trombose Venosa Cerebral pode levar a complicações graves e irreversíveis, e até à morte. Quanto antes for iniciado o tratamento, maiores as chances de recuperação e menores as sequelas.


PARA COMBATER E PREVENIR O AVC, A SBDCV RECOMENDA E ESTIMULA AS PESSOAS:

  1. Que conheçam seus fatores de risco: hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto ou fibrilação atrial
  2. Que sejam fisicamente ativas e exercitem-se regularmente.
  3. Que se evite o ganho de peso e a obesidade, mantendo uma dieta saudável.
  4. Que se limite o consumo de álcool.
  5. Que evitem o uso do cigarro.
  6. Que todos aprendam a reconhecer os sinais de alerta de um AVC.


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